14/06/2017

Somos Todos Um




          Num momento de reflexão sempre se acende uma luz, algo não pensado antes.
Gosto de minhas origens. Descendente de italianos por parte de três avós, e de alemão pelo meu bisavô. Muito mais afinidade com o lado italiano, porque sei de onde vieram e conheço muitas histórias. Meu bisavô é um enigma. Além do nome não sei absolutamente nada a respeito. Gostaria de saber, justamente porque a Alemanha deixou muitas marcas na história e para mim, muitas interrogações.


          Como se costuma dizer, tenho sangue alemão e italiano. Mas em relação a essa questão de sangue, algumas idéias me afloraram.

          Durante minha vida, por muitas vezes recebi transfusão de sangue. Graças a isso estou aqui, pela consciência de doadores anônimos.  E me pergunto: de quantas pessoas veio tudo isso? De que origens, que nacionalidades, de quais etnias? Não posso mais dizer que tenho sangue italiano e alemão, mas fico feliz com essa mistura. Tenho um pouquinho de cada pessoa dentro de mim. Assim foi estabelecida uma ligação com todas elas e acredito que isso me acrescentou muito.

          Doadores são, por princípio pessoas com consciência mais aberta, com bondade, preocupam-se em ajudar ao próximo. Se todas as pessoas fizessem o mesmo, apenas por esse aspecto a humanidade iria se mesclando, deixando de lado preconceitos. E o mundo precisa muito disso, de entrosamento, compreensão e ajuda mútua. Eu só tive a ganhar.

          Nos momentos mais difíceis minha fé me segurou, me carregou no colo. E junto com cada pouquinho que recebi do outro, vieram também a sua alma, suas crenças e sua fé. Tudo isso eu recebi. Quantas formas de fé vieram nessas doações? Todas, que na verdade são uma só.

          Hoje vemos muito individualismo, preconceito, egoísmo nas pessoas centradas em si mesmas, com exceções, é claro. 


          Essa ideia de ligações pessoais pelo simples ato de doar, também me trouxe uma imagem da infância. Na hora do recreio escolar formávamos uma grande roda e a cada pouco mais crianças se juntavam e quanto maior a roda, mais prazeroso era rodar.

          Sonho que um dia a humanidade consiga ir estabelecendo ligações cada vez mais fortes e formar uma grande e belíssima roda.

          Gostaria de ser doadora, mas não posso. Não nesse sentido, embora sempre haja outras maneiras. Quando vejo campanhas que dizem - doar sangue é doar vida - vejo muito mais do que isso. É uma doação de Amor, uma ampliação da Consciência, uma troca de Valores inconscientes e coletivos.

          É o que vai contribuindo para sermos Todos Um.

                                                                                  -  E. M. Schmiedel - 



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Dança Circular dos Povos (Youtube)

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